(In)confidências

As palavras começam a ser como tempo... monótonas. Por mais significado que queríamos dar a ambos, chegamos a uma altura na vida em que isso deixa de ser possível, porque simplesmente nem sempre conseguimos ter aquilo que ambicionamos.
Com o passar dos anos apercebemo-nos de que afinal as coisas não são como queriamos que fossem e que não podemos ter tudo o que desejamos e tudo pelo qual lutamos, às vezes sabe-se lá como.

Ás vezes, damos tudo por um sonho.

Às vezes fechamos os olhos e deixamo-nos ir, acreditando que é desta que as coisas vão correr bem. Voamos tão alto, que nem pensamos na queda que podemos dar.
Depois a pessoa que nos faz voar, vem e incentiva a voarmos ainda mais, quando nos diz aquilo que sempre desejamos ouvir. Sentimo-nos tão felizes… Os dias passam a ser diferentes. Nada nos põe tristes, rimo-nos pelas coisas mais tolas… e enfim, sentimos que estamos no caminho certo em direcção à tão longínqua felicidade.
E voamos… sonhamos… explodimos de alegria!
Voltamos a fechar os olhos para sentir o gostinho bom da felicidade… quando os voltamos a abrir parece que caímos num buraco negro sem fim. Por momentos deixamo-nos ir a uma velocidade alucinante.
É tudo tão estranho… é tudo tão confuso!
As lágrimas passam a substituir o nosso sorriso e é depois de cairmos no fundo desse buraco que nos apercebemos que o sonho acabou e que muitas vezes só nós é que sonhamos. A outra pessoa ficou a ver-nos e a incentivar a nossa ascensão para depois aplaudir a nossa queda.

E isto dói…

Mas nenhuma dor é superior à minha força!