Protecções


Eu tenho uma conchinha...
É verdade e alguns dos membros do blog, que me são mais próximos sabem-no bem.
Eu não tinha, até há uns anos atrás. Antes eu era livre e não tinha medo de (quase) nada. Até ao dia em que como já aqui contei, as coisas não correram bem. E uma traição era uma coisa que eu jamais esperava.
Então arranjei uma conchinha. Peguei nos medos todos que passei a ter, nas inseguranças, na raiva, na tristeza e na dor que teimava em não passar. Juntei tudo e construí a tal concha.
Depois disso, faltava a parte mais fácil. Eu ir para lá e ficar lá dentro.
Assim foi. Sentia-me segura!! Em pouco tempo a dor passou, mas nem por isso eu tive vontade de sair.
Fui ficando... ficando... ficando...
Ninguém se conseguia aproximar de mim. A protecção era suficientemente forte para me ajudar a evitar qualquer aproximação. Quando falhava, eu fugia e continuava protegida.
Só que o tempo passou... Demasiado tempo passou... E demasiado tempo permaneci dentro da concha.
Habituei-me a viver com ela e com a protecção dela. Longe de tudo o que eu achava que me poderia vir a fazer mal. Não pensei que mal, era ter usado a conchinha como protecção durante tanto tempo. Não pensei que estar “fechada” ali tanto tempo me tivesse feito tão mal. Não pensei que a libertação agora fosse tão difícil.
Posso ter conseguido, a muito custo, deixar alguém aproximar-se. Mas ainda não consegui libertar-me desta protecção.
E assim é tudo muito, mas muito difícil...
E quase ninguém percebe...

4 Comentários:

Anónimo disse...

Eu percebo o que sentes...

Por vezes toma-mos este tipo de decisões (metermo-nos nessa concha) sem penssar que um dia ela nos irá proteger totalmente tanto que depois quando quere-mos sair não sabemos como a largar.
Tu estás nessa situação um dia precisaste de protecção e só assim a conseguiste hoje precisas de liberdade e não conssegues te-la mas tudo isso irá acabar e irás sair de lá de dentro e voltar a viver a vida como sempre a deverias ter vivido mas que algo ou alguém não te deixou viver talvez quem sabe o fizeste por esse alguém ou algo que não o merceram e hoje seguem um rumo diferente do teu que continuas "presa" a uma protecção que tão boa te foi quando mais precisaste.
Agora vives num mundo de incertezas constantes tendo medo de avançar em diverssas situações pois não sabes o que te poderá esperar ficando sempre na espectativa sem nunca deixar a tua concha pois sabes que dentro dela irás tendo a tua própria defesa a defesa que vais precisando para ir vivendo sem arriscar tudo o que tens sonhado e "trabalhando" para concretizares afim de poderes viver feliz.

Mana não baixes os braços luta até te faltar as forças pois tenho a certeza que irás partir essa concha que agora te tapa e tu não queres e voltas ao mundo real mundo esse que te irá receber de braços abertos dando-te muita paz alegria e amor para que possas recuperar todo o tempo que estiveste fexada.
E nunca te esqueças quando a força te faltar chama por mim um pequeno sinal uma pequena palavra dita no silêncio mas por favor chama que eu jamais te deixarei sair derrotada com falta de forças.

Beijinho enorme princesa :)

O Meu Mundo disse...

Ai ai...identifiquei-me ctg...nem sei que te diga, mas o teu texto tocou-me! :/ Quantas vezes não deixo que alguém se aproxime ...porque já estou há tto tempo assim que já não me imagino com alguém numa relação a sério!!! O ter de confiar novamente, quando nos desiludimos por ter confiado tto! Mas há-de passar! Há-de chegar a hora...pra mim, e pra ti! ;)
Tenho sdds tuuaaas!!! :(

Anónimo disse...

Olha para a maior parte das raparigas que andam aí, e orgulha-te de ti mesmo.
Depois ganha alguma confiança, alguma auto-estima, e verás que tudo se resolve ;)
Tu consegues!

Bjs

Anónimo disse...

gostei da tua história. relembrei um livro que li da Margarida Rebelo Pinto: "A rapariga que perdeu o coração". é uma história simples que fala de uma menina que também tinha uma concha guardada.